domingo, 27 de novembro de 2011

testamos o novo honda civic 2012

Estivemos presentes na apresentação oficial do Novo Civic 2012 nesta quinta-feira (25) em um autódromo particular localizado na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo. Tivemos a oportunidade de dirigir o modelo no travado circuito e constatamos que o sedan japonês realmente evoluiu. Confira as impressões iniciais ao dirigir o Novo Honda Civic 2012.
O local da apresentação e testes não simula as condições de grande parte das ruas brasileiras, mas seu traçado fechado, diversos aclives, declives e curvas acentuadas nos permitiu analisar as principais mudanças.
Interior
Logo ao sentar no banco do motorista já é possível notar que o modelo evoluiu no quesito visibilidade, pois agora a janela espia da porta dianteira tem uma fina coluna, o que amplia bastante a visibilidade diagonal. O volante é novo, com comandos integrados, mas por não contar com a base achatada, perdeu um pouco de sua esportividade. Com o ajuste de altura e profundidade da coluna de direção e de altura do banco do motorista é possível encontrar a posição ideal para dirigir com facilidade.
Os retrovisores, tanto os laterais como o interno, oferecem boa visibilidade geral, mesmo com a traseira um pouco mais elevada do que a geração anterior. Apesar de toda a modernidade, as unidades top de linha disponíveis para teste não contavam com retrovisor interno eltrocromático.
Um dos pontos controversos do Novo Civic é a leve inclinação do painel voltada para o motorista. Segundo a Honda, esta inclinação foi aplicada para oferecer ao condutor uma melhor visualização e ergonomia, pois agora o carro dispõe de uma série de informações simultâneas. De fato, é verdade. Com o painel dividido em dois níveis, a parte inferior oferece informações do desempenho do carro com o conta-giros ao centro, enquanto na parte superior os dados são de deslocamento, velocidade além da nova central de informações que agrega funções de entretenimento, computador de bordo, configurações do carro e visualização da camera de ré (LXS e LXL). É uma extensa área, que fica ainda mais prolongada com o tela colorida de 6,5 polegadas disponível na versão EXS.
Todas as versões contam com entrada USB e auxiliar no sistema de som, mas somente a top de linha oferece também a conexão por Bluetooth.
Outra novidade presente em todas as versões do Civic é o ar-condicionado digital automático, porém, o mesmo não é bi-zone e não possui dutos de saídas para os passageiros do banco de trás. Por falar em bancos, os da versão avaliada eram revestidos com couro com desenho que não deixa o motorista “escorregando” nas curvas. Os bancos de trás continuam oferecendo bom espaço para os passageiros enquanto o assoalho segue plano.
A nova geração também recebe chave que incorpora a abertura das portas, do porta-malas, abertura e fechamento dos vidros à distância e até mesmo a abertura do teto solar. O lado negativo é a ausência do sistema “keyless” (abertura sem chave) e ignição do motor por botão, itens de conforto já disponíveis em alguns concorrentes. Outro detalhe mínimo é o fato da chave não ser do tipo canivete. É um mimo, supérfulo, mas é um detalhe que deveria ser levado em consideração pelo preço e segmento do modelo.
Dirigindo o Novo Civic
Logo ao sair já é possível notar que o modelo ficou mais silencioso, reflexo da aplicação de novas mantas junto às caixas de roda e de ajuste acústico que inclui novas vedações no para-choque dianteiro e direcionadores de ar próximos às rodas traseiras. Outro avanço fica por conta da suspensão que conseguiu deixar o modelo mais firme, porém, também o deixou mais confortável. Com o controle de estabilidade, disponível somente na versão top de linha, o Civic fica “colado” ao chão mesmo em curvas mais fechadas.
As modificações no câmbio automático de cinco velocidades tornaram as trocas mais suaves. Como esperado, a opção S (Sport) faz o câmbio realizar as trocas com rotação mais elevada, priorizando o desempenho.
Com o modo ECON ativado, o Civic assume uma outra personalidade. A prioridade passa a ser a otimização do consumo de combustível, fazendo com que o carro responda de forma mais lenta ao comando do acelerador. Com este modo ativo, não adianta pisar fundo no acelerador, pois o carro seguirá uma evolução gradativa de velocidade. Enquanto o carro fica mais lento, barras indicadores tridimensionais presentes em torno do mostrador digital de velocidade assumem a cor verde, indicando que a condução está econômica, porém, se pisar fundo com o modo Econ ativado, a cor volta para azul. Foi a forma encontrada para mostrar ao motorista como deve ser o estilo de condução que visa a economia de combustível.
Rodando em baixas velocidades, praticamente só se ouve o barulho de rolamento dos pneus no asfalto. Ao exigir mais no acelerador, o barulho do motor fica mais perceptível dentro da cabine, mas ainda é relativamente baixo.
A direção elétrica continua com respostas precisas e diretas. Assim como a versão anterior, a suspensão traseira do tipo multi-link permanece, a qual contribui para um melhor desempenho em curvas e também confere mais conforto aos ocupantes. Com ela, a sensação é de ter o carro nas mãos ao entrar forte nas curvas.
Em relação ao modelo anterior, o desempenho do Novo Civic parece ser menos arisco, mas é apenas impressão. Apesar da marca não ter divulgados os dados de desempenho, as modificações aplicadas no câmbio automático fazem com que o motor trabalhe com menos esforço (e com ruído menor) enquanto oferece desempenho ligeiramente superior.
Conclusões
O Honda Civic 2012 é sem dúvida um novo carro. Ganhou mimos tecnológicos que faziam muita falta na geração anterior, melhorou a já consagrada dirigibilidade, ficou mais confortável, silencioso e – em teoria – deve ficar mais econômico com o inédito modo Econ. Ar condicionado digital também demonstra evolução do modelo, mas faltou o bi-zone e saídas traseiras. Ponto positivo para a conexão USB em todas as versões, mas negativo para a oferta do Bluetooth apenas na top de linha. Em contrapartida, o desenho do painel é controverso enquanto o do volante ficou mais sóbrio, mas as novidades tecnológicas devem compensar estes fatos.
Destaque para o conjunto mecânico, que apesar de contar com o mesmo powertrain (motor e câmbio), receberam melhorias sensíveis ao motorista.
Já o visual externo, quando visto lado a lado com a geração anterior, demonstra evolução sem perder a identidade. Porém, a esportividade agressiva do visual foi substituída por uma mais sóbria. Prova disso são os refletores que “ampliam” as lanternas traseiras, e que também vão dar o que falar.
O Novo Civic 2012 é o resultado de um dilema vivido pela marca: como evoluir o visual revolucionário de um modelo sem alterar a sua identidade. Tarefa é complicada, mas a impressão que temos depois de conferir o modelo ao vivo é a de que deve cair novamente no gosto do consumidor brasileiro. Caso isso aconteça, a Honda deve deslocar a produção do City para a Argentina possibilitando o aumento da produção do Civic, com projeções de cerca de 4.000 unidades por mês. Como agora a briga não é apenas com um modelo, o fator preço também será determinante para o sucesso do modelo japonês

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