A VW não convidou mais de 100 jornalistas estrangeiros para o Salão de São Paulo somente para mostrar um conceito. Oficialmente, o Taigun é apenas isso – um estudo de um SUV compacto feito sobre a plataforma do compacto Up! europeu. Mas por trás dessa primeira revelação está um projeto que tem tudo a ver com a filial brasileira. Assim como o EcoSport, o Taigun será lançado primeiro aqui para depois ganhar o mundo.
Motores EA211 vêm aí
O Taigun do Salão também antecipa outra novidade: estão chegando ao Brasil os novos motores 1.0 de três cilindros da família EA211, que já equipam o Up! na Europa. As unidades serão fabricadas em São Carlos (SP), onde a VW está investindo na ampliação das instalações para receber a produção do pequeno propulsor. O Up! estreará com a versão mais simples, 1.0 aspirada, que no mercado europeu rende 75 cv – por aqui poderá ser um pouco mais por conta do sistema flex para rodar com etanol.
Já o motor do Taigun é mais sofisticado: 1.0 TSI, da mesma família, mas com injeção direta e turbo – como o que vai equipar a versão esportiva GT do Up! europeu. Gera 110 cv de potência e 17,9 kgfm de torque logo a 1.500 rpm, o que parece suficiente para proporcionar bom desempenho ao SUV compacto. E a VW ainda promete consumo superior a 20 km/l! Para casar com esse motor, o câmbio é manual de seis marchas. Tração 4×4? Esqueça. Segundo Hackenberg, isso é tecnicamente possível, mas o Taigun foi desenvolvido para rodar na cidade. Portanto, ele terá somente tração dianteira.
Mais barato que o EcoSport
Quem esperava uma resposta da VW ao Ford EcoSport deve ter se surpreendido. Afinal, o Taigun é bem menor que o Eco: 3,86 m de comprimento por 1,73 m de largura e 1,57 m de altura, com distância entreeixos de 2,47 m. O Ford mede 4,24 m de comprimento por 1,76 m de largura e 1,62 m de altura, com entreeixos de 2,52 m.
Na verdade, o Taigun é menor até que o Gol, mas o espaço interno nos pareceu bem aproveitado. No Salão foi possível conferir que mesmo os passageiros do banco de trás têm boa acomodação. Já o porta-malas oferece capacidade na média de um hatch compacto (280 litros), com a vantagem de um recurso interessante: a tampa abre em duas, com a parte inferior baixando como a tampa de uma caçamba de picape.
Na cabine, tudo remete ao Up!: os bancos com o apoio de cabeça integrado ao encosto, o quadro de instrumentos tipo capelinha (com conta-giros minúsculo), o painel… O que nos parece “viagem” da versão conceitual, apesar de muito bacana, é o visor de temperatura do ar digital em cada saída de ar – item que certamente encareceria demais a versão final. E custar barato é premissa do Up! e seus derivados. Pelo porte inferior ao do Eco, o Taigun deve chegar abaixo dos R$ 50 mil, em valores atuais.
Falando em versão final, o designer Renato Aspromonte tratou de eliminar os exageros do modelo conceitual. Nessas projeções exclusivas para o CARPLACE (veja no começo da reportagem), mostramos como será o Taigun de produção. Na frente, a principal mudança fica por conta da eliminação das “olheiras” embaixo dos faróis, enquanto o para-choque ganha desenho menos rebuscado. Mudam também as rodas e os pneus, que por aqui certamente terão banda de rodagem mista (asfalto/terra), como nos demais “aventureiros”. O design em geral é bem característico da VW, com linhas retilíneas, traços limpos e faróis e lanternas trabalhados internamente para aparentar sofisticação. A maior ousadia visual fica por conta das maçanetas das portas traseiras embutidas nas colunas, recurso que deixa o jipinho com ar de cupê.
Logo após ser lançado do Brasil, o Taigun chegará também ao mercado europeu. E, como no caso do Up!, por lá ainda existirão as versões da Skoda e da Seat, simplificadas e mais baratas que o modelo da Volkswagen.
Fonte: Carplace
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