terça-feira, 27 de novembro de 2012

CARROS PARA SEMPRE: FORD CORCEL, O CARRO DE TRÊS DÉCADAS.


No fim do anos 60, o VW Fusca dominava o mercado nacional e a Ford do Brasil acabava de adquirir a Willys-Overland. Junto com seus modelos, havia um projeto desenvolvido
em parceria com a Renault de um novo de carro médio: começava a história do Ford Corcel.
O projeto “M” deu origem ao Renault 12 na França e no Brasil ao Ford Corcel. Um carro moderno, econômico e espaçoso para os padrões daquela época. Ele foi lançado em 1968 na carroceria sedã de quatro portas.
No segmento, o principal concorrente era o VW 1600, o popular zé do caixão, que ficou pouco tempo no mercado. O Corcel trazia motor 1.3 litro de 68 cv (SAE) com sistema de refrigeração selado (inédito naquele tempo) e tração dianteira. O interior tinha bom acabamento e o carro era silencioso ao rodar. A suspensão confortável inicialmente apresentou um problema crônico na dianteira, que provocava desgaste dos pneus. Algo que levou a Ford a convocar um recall, aliás, um dos primeiros que se tem notícia na história da indústria nacional.
A versão cupê chegou no fim de 1969 e ajudou o modelo a emplacar de vez no mercado. No ano seguinte era lançada a perua Belina, com proposta de carro familiar e bom nível de conforto, embora o desempenho ainda fosse contido.
Em 1970 chega a versão esportiva GT, que contava com faróis de longo alcance, capô preto com entrada de ar, teto com vinil e outras modificações. Devido ao motor original ser considerado fraco, a Ford aumentou a cilindrada para 1.4 e adotou carburador duplo que ampliava a potência para 80 cv e permitia uma aceleração de 0 a 100 km/h em 18 segundos, com velocidade máxima de 138 km/h.
Nessa mesma época, a Bino Automóveis já fornecia kits de preparação para o Corcel. A preparação incluía aumento de cilindrada de 1.3 para 1.5 com carburação dupla, novo comando de válvulas, pistões e outras modificações que garantiam entre 90 e 100 cv de potência. Assim, a aceleração de 0 a 100 km/h baixava para 13 segundos e velocidade máxima chegava a 160 km/h – em alguns casos com preparação mais forte ele podia superar os 185 km/h.
No ano seguinte o modelo recebia as primeiras atualizações visuais. Surgem novos retrovisores, enquanto os piscas dianteiros saem da grade frontal e as lanternas ganham novo desenho quadrado. O motor 1.4 da versão GT passava a 85 cv e o modelo era batizado de Corcel GT XP.
Toda a linha passa por uma reestilização mais ampla em 1973, com visual inspirado no irmão maior Maverick: novo capô, novos faróis, grade dianteira e lanternas.
Em 1975, mais atualizações visuais e o motor XP usado no GP passa a toda a linha (sedã, perua e cupê). A Ford também lança a versão LDO, que seguia a nomenclatura usada nos Estados Unidos e era adicionada às versões básica e luxo.
Corcel II
No fim de 1977 a Ford faz a esteia do Corcel II, completamente novo, que não lembrava em nada a geração anterior e tinha visual mais moderno com linhas retas, novos faróis e lanternas envolventes.
Inicialmente a Ford adotou o mesmo motor 1.4, só que com potência reduzida para 72 cv (SAE). Apesar de perder desempenho, o novo carro era mais estável, seguro e silencioso que o anterior.
Em 1980 chegava a opção de motor 1.6 de 90 cv (SAE) para o Corcel II, acoplado ao câmbio de quatro marchas de relações mais longas. Ele acelerava de 0 a 100 km/h em 17 segundos e alcançava máxima de 148 km/h, o suficiente para acompanhar o VW Passat 1.5 na época.
Eram três versões: básica, L e LDO, esta última com acabamento exemplar que dava direito a interior todo acarpetado e painel com aplique imitando madeira. A versão GT oferecia farol de neblina, rodas de liga leve e 4 cv extras de potência.
O Del Rey chega no final de 1981 como modelo 82, derivado do Corcel e trazendo uma nova referência em acabamento, conforto e equipamentos. Em seguida era lançada a picape Pampa, que foi produzida até 1997 – tendo ao longo da sua trajetória versões 4×4 e até cabine dupla.
Ao mesmo tempo, o Corcel II ganhava mais atualizações como novo painel de instrumentos, bancos com encostos vazados e suspensão do recém-lançado Del Rey.
No ano de 1983, a Ford efetuou diversas modificações no motor 1.6, que passou a se chamar CHT (Compund High Turbulence) e passou a entregar 73 cv na versão a álcool. Ao mesmo tempo, era lançada também a verão 1.3 CHT.
Ainda em 1983, chegava ao Brasil o moderno Escort, carro mundial da Ford equipado com os motores CHT transversais. Mais leve, econômico e eficiente, o modelo indicava que o fim do Corcel II estava próximo.
Em 1985, o Corcel passa por sua última reestilização, adotando visual inspirado no Del Rey, até deixar as linhas de produção devido à baixa aceitação em 1986.
A Belina ganhou ainda a versão 4×4 e continuou no mercado, passando a se chamar Del Rey Belina. Continuou em produção até 1991, quando então deu lugar à perua Royale (irmã gêmea da VW Quantum na época da Autolatina).
O Corcel foi referência em economia, conforto e silencio ao rodar para a época, sendo eleito Carro do Ano pela revista Auto Esporte em 1969, 1973 e 1979.
Fonte: Carplace

Um comentário:

  1. Boa a reportagem mostrando a história de um bom carro nacional.Possuo um Del Rey com caixa automática e possui uma boa autonomia e um excelente conforto.

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